Thursday, May 17, 2007

Buscar

Não que queira saber tudo
Nem insistir teimoso
Mas mesmo passando o tempo
Pergunto o que é o gostoso.

O gosto, gosto mesmo esse simples
Gosto pelo mar, pela mulher
Pelo amor, por sentir gostoso
Gosto pelo beijo e o prazer medroso.

E não é sinônimo de vida?
Gostar da hora amiga,
Até de diferente
Gostar do que ninguém gostaria.

De escrever, pisar na areia fina
Lamber o oposto sexo, nadar na piscina,
Rir, gostoso ver o belo sorriso da menina.

Tem o gosto santo
De entrar na velha igreja
Do pic-nic na estrada
Do sol e da madrugada.

Tão ali no copo de vinho
No velho sapato largo
No livrinho lido, lido, lido e rabiscado.

Ao contrário estamos a perder,
Não se liga mais ao amigo
Nem descalço na grama
Ou por quinze minutos parado
Olhando uma árvore paina.

Estamos no gosto da pressa
Do trabalho que não leva a nada,
Da vigília contra ladrões
Da ocupação, do difícil e da farda.

E tudo nem é de assustar
Muitos andam pelo caminho
Com o gosto de ir sozinho
Sem ter o gosto completo
Tendo alguém ao lado ou perto.

O gosto ao gosto futuro
Viver bom gosto ao mundo
E ter um gosto, assumo
De ir buscando em tudo.