Sunday, June 29, 2008

Cara musa,
venho lhe comunicar
que és minha.

Deves estranhar assim
uma carta poesia,
mas tenho que te dar notícia
és musa, bela, de esquisito poeta

Digo, complementando ainda
que deve ser chato, musa linda
estar nessas palavras, e não poder nada.

Mas é esse descrito
está no significado,
Musa, "me usa" poetame rima, pêra com Jorge Amado.

Nem tudo

Posso dizer
ainda bem que velho fiquei
e que tive de tudo...
Bem, só você que não sei.

Várias vezes fui longe,
comprei, vendi e troquei
Só não fui padre ou monge,
Você, nem sei.

Estudei alguns livros,
textos pesquisei
uns emprestei outros perdidos
só você, nem sei.

Quantos amigos e namoradas
muitas noites acordadas,
quantas águas passei
e você, talvez nunca saberei.

Saturday, July 7, 2007

E pões
tanto e tudo o que sabes,
o que ouvirdes de tanta gente
que por fim
te encontras só.

Não és mais
compreendido pelos
que a ti rodeiam.

E partes
para procurar outro
lugar, onde podes
então ser entendido.

Mas mesmo lá,
onde tem tanta
gente, descobres
que não há iguais
a ti.

Sem destino vagarás
pois por teres esquecido
que gente é porto
escolheste a solidão
do oceano.

Descobres que não
sabes tanto.

Thursday, May 17, 2007

Buscar

Não que queira saber tudo
Nem insistir teimoso
Mas mesmo passando o tempo
Pergunto o que é o gostoso.

O gosto, gosto mesmo esse simples
Gosto pelo mar, pela mulher
Pelo amor, por sentir gostoso
Gosto pelo beijo e o prazer medroso.

E não é sinônimo de vida?
Gostar da hora amiga,
Até de diferente
Gostar do que ninguém gostaria.

De escrever, pisar na areia fina
Lamber o oposto sexo, nadar na piscina,
Rir, gostoso ver o belo sorriso da menina.

Tem o gosto santo
De entrar na velha igreja
Do pic-nic na estrada
Do sol e da madrugada.

Tão ali no copo de vinho
No velho sapato largo
No livrinho lido, lido, lido e rabiscado.

Ao contrário estamos a perder,
Não se liga mais ao amigo
Nem descalço na grama
Ou por quinze minutos parado
Olhando uma árvore paina.

Estamos no gosto da pressa
Do trabalho que não leva a nada,
Da vigília contra ladrões
Da ocupação, do difícil e da farda.

E tudo nem é de assustar
Muitos andam pelo caminho
Com o gosto de ir sozinho
Sem ter o gosto completo
Tendo alguém ao lado ou perto.

O gosto ao gosto futuro
Viver bom gosto ao mundo
E ter um gosto, assumo
De ir buscando em tudo.

Wednesday, February 21, 2007

quando não tornarem borboletas as lagartas, e flores abrirem pálidas.
quando não significar alegria o sorriso, e não for mais macia a boca da mulher...

quando não quiserem ficar os pais com os filhos, e juízes puderem ser vendidos.
ah, esse dia tudo estará perdido.

quando não puderem avós levar à praça netos, quando a maior importância derem aos objetos,
nosso fim estará perto.

quando a ganância fizer sacerdotes, e a fome condenar poetas à morte,
a humanidade virará em outra.

voltarão os homens as cavernas, uma turba será todo o povo, e alguém riscando as paredes,
fará tudo começar de novo.

Thursday, February 8, 2007

Muitas vezes de tanto conviver acha que não vão vê-lo. É desse encontro entre o displicente vulto e o cético com boa visão que nascem as lendas. Perceba que nesse mundo não há só o que se pode ver bem.
A luz criou as sombras, os vultos são sua evolução.
Não são seres, nem vivos nem mortos, muito leves, de variados tamanhos. Não precisam da água nem do ar, não sofrem com o frio e podem durar o tempo do raio ou milhares de anos.
Viajam entre os planetas e as estrelas e reconhecem a natureza. Nossa comunicação é confusa, eles poderiam aceitar a ciência, mas a ciência não conseguiu entendê-los embora apresentados de várias maneiras.
Foram os vultos que resolveram dar ao homem raciocínio, mas assustados nós mantivemos o pensar no limite. Há 200 anos não aceitávamos os micróbios. Demoraremos 2000 anos para reconhecer vultos.

Monday, January 29, 2007

sacrifício das folhas
para que árvore sobreviva
no inverno se matam