Wednesday, February 21, 2007

quando não tornarem borboletas as lagartas, e flores abrirem pálidas.
quando não significar alegria o sorriso, e não for mais macia a boca da mulher...

quando não quiserem ficar os pais com os filhos, e juízes puderem ser vendidos.
ah, esse dia tudo estará perdido.

quando não puderem avós levar à praça netos, quando a maior importância derem aos objetos,
nosso fim estará perto.

quando a ganância fizer sacerdotes, e a fome condenar poetas à morte,
a humanidade virará em outra.

voltarão os homens as cavernas, uma turba será todo o povo, e alguém riscando as paredes,
fará tudo começar de novo.

5 comments:

x said...

começar de novo, sabe bem. é o que nos impulsiona, o que nos faz ser melhores. gostei do traço simples das tuas palavras.

Anonymous said...

palavras são e não, podem e proibidas. confundem, fundem e pistas. Uma palavra tira a validade de mil imagens. muito prazer, xana.

P said...

Fantástico poema!

ªDrianasantos said...

ricas palavras; ricos traços.
obrigada por me visitar [eu que não tenhemo apareci lá ultimamente]. vc gosta de gatos?

bjs,

ªDri

rtp said...

Ainda não tinha espreitado este teu cantinho!
Gostei MUITO do que li! Parabéns!