Sunday, December 31, 2006

La Wanda

La Wanda.
* Wanda cheirava bem, chegava calma, vinha e trazia todo um espaço ao seu redor que tinha perfume. Acho que ela pisava suave e se movia lenta só para esse invisível casulo poder persegui-la.
* Um dia convidei Wanda, vamos, monta aí, lhe dou uma carona. Quis fazer bonito, percorri rápido as ruas e quando chegamos Wanda tremia, não tinha mais nenhum cheiro.
* Ficou assim por semanas, nem parecia a mesma, se mexia rápido, nervosa procurando algo que perdera e depressa.
*Até aquela hora não tinha entendido, foi quando no centro, ia fazer uma entrega, parei no sinal, numa esquina e novamente senti o cheiro. Juro gente, reconheci no momento era o perfume que sem rumo procurava por Wanda.
* Virei acelerando a moto, tinha que trazê-la, antes que sem sua dona o cheiro voasse se perdendo. Aí nunca mais perfume.
* Vamos logo eu disse, vem comigo urgente. Mas ela agora não queria, temia o efeito que tinha lhe causado pressa e que não a abandonava.
* Por fim contei esquisito, a teoria nova do cheiro e Wanda entendendo meu medo, acabou aceitando o passeio.
E combinavam tanto, o perfume e sua dona, que lá estava a espera, para quem pudesse sentir, na esquina parado o bom e fiel exalante.
* A Wanda desceu e foi encontrar com ele, antigos amigos como se cumprimentassem, o perfume a abraçou toda, dos pés a cabeça e cheirou. Wanda sorria e do inusitado encontro toda esquina ficou perfumada, era como um lufar tivesse trazido eucaliptos e a cidade virou campo.

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